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- Estudo linguístico e sociocultural da emigração madeirense para a África do Sul a partir da década de 1960 (no âmbito do Projeto Nona Ilha)Publication . Pereira, Bruna Micaela Freitas; Nunes, Naidea NunesO Arquipélago da Madeira possui oito ilhas (Madeira, Porto Santo, Deserta Grande, Bugio, Ilhéu Chão, Selvagem Grande, Selvagem Pequena e Ilhéu de Fora) e a “Nona Ilha” é a construída pelos emigrantes madeirenses dispersos no mundo, dando o nome ao projeto desenvolvido pelo Centro de Estudos de História do Atlântico (CEHA), cujo objetivo é recolher e analisar as histórias de vida destes. Este estudo linguístico e sociocultural, neste caso sobre a emigração para a África do Sul, a partir da década de 1960, é um contributo para o conhecimento das suas vivências e realidades. Devido às reduzidas condições de vida, pobreza, precariedade e fome existentes na ilha da Madeira, em meados do século XX, muitos jovens viram a emigração para a África do Sul como uma forma de escapar à miséria, mesmo enfrentando constrangimentos legais, desconhecendo a língua e tendo consciência dos árduos e longos trabalhos existentes para as suas qualificações. Surgem, então, as seguintes questões: Como era a vida na África do Sul? Quais as áreas e tarefas predominantemente madeirenses? Qual a relação entre os madeirenses (e portugueses), como comunidade, e com os sul-africanos? Qual o impacto linguístico, cultural e social decorrente dessa situação? Através das entrevistas realizadas a diferentes gerações de emigrantes (primeira e segunda geração), é possível conhecer a realidade pela qual milhares de madeirenses passaram e é uma forma de recolher informações que, de outra forma, ficariam perdidas para sempre. A transcrição grafemática das entrevistas semiestruturadas realizadas assume um papel muito importante no registo efetivo destes dados, garantindo a sua comparabilidade, análise e discussão. A constituição do corpus empírico, enquanto amostra da realidade da emigração madeirense para a África do Sul, permite a realização de um estudo linguístico e sociocultural, a partir dos relatos de memória dos informantes de diferentes localidades, idades, géneros e escolaridades. Verifica-se que o impacto da cultura, da língua e da sociedade sul-africana foi muito importante nas suas vidas. No entanto, a presença da Língua Portuguesa, da música, da tradição religiosa e da alimentação madeirense é muito forte, pelo facto de a comunidade portuguesa ser muito unida e pela existência de Casas da Madeira e outras Associações, assim como escolas portuguesas.