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- Educação musical inclusiva: práticas pedagógicas na filarmônicaPublication . Paixão, Elisa Gomes da; Santos, Maria Natalina Faria Cristóvão; Lira, Mirtes Ribeiro deA presente pesquisa objetivou conhecer e analisar as práticas pedagógicas da Filarmônica União dos Ferroviários Bonfinenses com aprendizes com deficiência nela inseridos, sob o olhar da inovação pedagógica. Este estudo justifica-se pelo facto de haver pouca investigação neste campo, tanto na área de filarmônica quanto de pessoas com deficiência nestes ambientes. Não se encontram pesquisas sobre inovação pedagógica que abordem temáticas voltadas à aprendizagem do aluno com deficiência em filarmônica, sendo este o primeiro e inédito no Brasil. Para melhor compreender aquelas práticas, recorremos a um trabalho de campo, caraterizado por um estudo de caso à luz da abordagem qualitativa, com cariz etnográfico, realizado na filarmônica União dos Ferroviários Bonfinenses, no município de Senhor do Bonfim, Bahia, Brasil, abrangendo os alunos com deficiência. Como instrumentos de coleta de dados foram utilizados: análise documental, observação participante e entrevistas, sendo os dados analisados conforme o discurso dos participantes. Procedeu-se à análise dos dados de cada grupo e à triangulação de dados, que nos auxiliou na interpretação e análise dos resultados dessa pesquisa. Os resultados alcançados apontam para evidências de inovação pedagógica, referente à quebra de paradigma a partir da mudança estrutural e metodológica da instituição, caracterizada pela incorporação de alunos com deficiência tocando instrumentos de sopro. Isso ocorreu principalmente nos processos de aprendizagem nos quais houve aceitação, adaptação e ruptura do maestro como centro desse processo, em que o aluno passa a descobrir e desenvolver junto a ele suas técnicas para aprender. Permite-se, também, que músicas sejam executadas sem a leitura da partitura, algo até então inaceitável no mundo das filarmônicas. Além disso, há aprendizagem entre os pares e monitores, quando os alunos trocam conhecimentos e têm autonomia para decidirem o que querem aprender. Nesse momento, o maestro se mantém numa postura dialógica, como mediador, caso seja solicitado. Embora tenhamos percebido a dificuldade de trabalhar com esses alunos, já que as aulas são coletivas e são necessários momentos de ensino e aprendizagem individual com um monitor que os acompanhe para que melhor se desenvolvam, ficou evidente que a inclusão de pessoas com deficiência na filarmônica deve ser considerada como processo transformador profissional, cultural e social na prática da música.