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- Ser(-se) professor em Portugal: estudo exploratório sobre a relação entre autoeficácia, stresse e satisfação profissionalPublication . Teixeira, Mónica Luísa Freitas; Portugal, Alda Patrícia Marques; Major, Sofia de OliveiraA autoeficácia, o stresse e a satisfação profissional são variáveis que têm sido alvo de investigação com base no seu reconhecido impacto na prática profissional dos professores. O presente estudo tem precisamente como objetivo, analisar a relação entre autoeficácia, o stresse e a satisfação profissional dos professores em Portugal. A amostra foi constituída por 922 professores que lecionam do 1º ciclo ao secundário, maioritariamente mulheres, casadas e com uma licenciatura pré-Bolonha. O protocolo de recolha de dados agrega um questionário de caracterização sociodemográfica e profissional, e ainda três escalas para avaliar os níveis e fontes de stresse, a perceção de autoeficácia e a satisfação profissional. Os resultados do estudo sugerem que o stresse em níveis elevados ou muito elevados está presente em 52.9% dos professores, permitindo identificar uma falta de valorização da sua profissão pela sociedade, apesar de se sentirem autoeficazes na gestão na turma e na obtenção de apoio por parte de colegas e superiores. Foi encontrada uma correlação positiva entre os níveis de autoeficácia e a satisfação, quer com a profissão, quer com o ambiente de trabalho e uma correlação negativa entre os níveis de stresse e a satisfação com o emprego e a autoeficácia nas suas várias dimensões. Os professores do ensino público, deslocados da sua residência, acima dos 45 anos, mulheres e com menor tempo de serviço na escola atual, apresentam níveis de stresse superiores. As mulheres apresentam maior satisfação com a profissão, enquanto os homens têm uma maior perceção de autoeficácia na gestão da turma. Os professores residentes na Madeira apresentam níveis de stresse mais baixos, de satisfação profissional mais elevados e maior perceção de autoeficácia em terem apoio por parte dos seus superiores. Professores que permanecem mais anos deslocados da residência têm maior stresse e menor satisfação profissional. Os resultados sugerem ainda que o stresse com a carreira docente e o stresse geral com a profissão são os preditores que mais reduzem a satisfação com a profissão, enquanto a perceção de autoeficácia em ter apoio dos superiores e ser do género feminino são os preditores que mais impactam positivamente essa satisfação. Quanto à satisfação com o ambiente de trabalho, o preditor positivo mais significativo é a perceção de autoeficácia em ter apoio dos superiores e o stresse geral é o preditor que mais reduz a satisfação com o ambiente de trabalho. Em síntese, a estabilidade profissional e o apoio das lideranças são aspetos fundamentais para reduzir o stresse e melhorar a satisfação profissional dos professores.
