Browsing by Author "Silvano, Filomena"
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- Biografia de rua: a relação das pessoas em situação de sem-abrigo com os seus objetos pessoaisPublication . Fagundes, Lara Silva; Sachim, Maria Inês; Silvano, FilomenaO convívio e a proximidade com as pessoas em situação de sem-abrigo residentes no Centro de Acolhimento Emergência Municipal (CAEM) de Santa Bárbara, na freguesia de Arroios, em Lisboa, nos possibilitou perceber que este grupo vulnerável (social, financeira e psicologicamente), marginalizados e excluídos socialmente, têm em comum relações de valor simbólico significativo com seus objetos pessoais. Com o objetivo de estudar a história social das coisas que eles carregam, os seus significados e a estrutura das trajetórias dessas relações sociais, bem como a construção de valores e significados, este estudo pretende entrevistar um grupo de residentes e registar através da imagem os seus objetos pessoais, a fim de desenvolver uma exposição que nos permita investigar o sentido dos objetos no interior da história de vida desses indivíduos. Por meio de entrevistas semi-estruturadas e registo fotográfico, queremos contar traços da biografia de pessoas em situação de sem-abrigo e dos seus objetos, para atuar como um estudo que aproxima a comunidade académica a este grupo social e promove reflexões sobre as ligações singulares e simbólicas com as coisas materiais.
- Viagem, fronteira e heterotopia: formulações espaciais para dois encontros entre etnografia e cinemaPublication . Silvano, FilomenaNos anos 1997 e 1998 acompanhei as rodagens dos filmes Esta é a minha casa e Viagem à Expo de João Pedro Rodrigues e, em 2010, uma parte das rodagens dos filmes Alvorada Vermelha e A última vez que vi Macau, de João Pedro Rodrigues e de João Rui Guerra da Mata. Em ambos os casos, tomei a experiência de participação na equipa de rodagem como um trabalho etnográfico. Com este texto pretendo fazer uma apresentação do modo de fazer antropologia que esteve na base dos textos que, partindo da referida experiência, escrevi posteriormente. A meu ver, o cinema de João Pedro Rodrigues acede ao real no interior de um modo de descrição que opera por integração nas/das forças que o constituem. Nesse sentido ele assemelha-se às descrições de alguns antropólogos. Mas, tal como no caso destas, a descrição contém já uma interpretação, e essa é indissociável do seu autor. Usando as descrições do cineasta, eu acedi por isso a uma parte do real que de outro modo me estaria vedada. A minha descrição antropológica foi sujeita a uma dobra, visto que trabalhei a partir de uma descrição, feita por um cineasta, daquilo que eu própria havia observado em primeira mão. O texto apresenta algumas reflexões em torno da questão territorial, tendo por base as duas experiências antes referidas.