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- Dificuldades no funcionamento intelectual, interesses vocacionais e perceção de barreiras à carreira: um estudo com jovens do ensino básico e secundário da MadeiraPublication . Câmara, Carolina da Luz da; Carvalho, Renato Gil GomesO papel dos interesses vocacionais e das perceções de barreiras à carreira, no quadro do desenvolvimento vocacional, tem vindo a ser muito estudado. No entanto, são escassos os estudos neste domínio com adolescentes com necessidades educativas especiais (NEE), nomeadamente dificuldades ao nível do funcionamento intelectual (DFI). Neste trabalho, apresenta-se uma investigação, composta por três estudos de natureza quantitativa, que teve como objetivo contribuir para a compreensão dos interesses vocacionais e das perceções de barreiras à carreira nos estudantes com DFI. Para a realização do trabalho empírico, estudou-se uma amostra de 120 jovens (76 do sexo masculino, correspondendo a cerca de 63% da amostra), dos quais 54 possuíam o diagnóstico de DFI, residentes na Ilha da Madeira, do ensino básico e secundário e com idades compreendidas entre os 14 e os 22 anos (MIdade = 15; DP = 1). Para a realização desta investigação foram utilizados três instrumentos de recolha de dados. De modo a realizar a avaliação dos interesses vocacionais foi utilizado o inventário de Interesses e Exploração Auto-Dirigida (SDS), na versão portuguesa, que é um inventário de autorrelato que avalia os interesses vocacionais dos jovens através das atividades, competências, carreiras e capacidades que os mesmos consideram ter ou preferir. Na avaliação das perceções de barreiras à carreira foi utilizado o Inventário de Perceções de Barreiras da Carreira (IPBC), um inventário de autorrelato que avalia a perceção de barreiras atuais e futuras relativas ao desenvolvimento da carreira, podendo estas surgir em diferentes momentos e contextos. Também foi utilizado um questionário sociodemográfico e escolar, através do qual se procurou recolher informações tais como sexo, idade, ano de escolaridade, inscrição na educação especial. A análise dos dados revelou diferenças nos interesses vocacionais entre os jovens sem DFI e com DFI, tendo revelado, por outro lado, que os alunos com DFI tendem a perceber menos barreiras à carreira que o dos alunos sem DFI. Foi, também, possível verificar que o sexo dos estudantes é um determinante no tipo de interesses que estes apresentam (o sexo feminino apresenta mais interesses do tipo Social e Artístico enquanto o sexo masculino do tipo Realista e Empreendedor), mas não nas barreiras percecionadas, sendo que a idade não produz nenhum tipo de influência sobre aquelas dimensões. Os resultados deste estudo e as suas implicações foram discutidas tendo em conta o papel das DFI no desenvolvimento vocacional, procurando-se enquadrar os resultados na literatura, sobretudo aqueles distintos dos que têm vindo a ser encontrados, de modo a que se pudesse contribuir, para o avanço da investigação nesta área.