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- Valores em conflito. Estudo sobre ética corporativa e o valor de mercado: o caso da guerra entre a Ucrânia e a RússiaPublication . Rodrigues, José Roberto Sardinha Freitas; Martins, António Miguel Valente; Costa, Solange Maria dos SantosPeríodos de conflito geopolítico colocam desafios complexos às organizações, exigindo decisões estratégicas que podem acarretar custos económicos e reputacionais. O conflito Rússia-Ucrânia representa um contexto paradigmático para analisar como as multinacionais ajustam a sua atuação às pressões institucionais e aos valores em conflito. Esta dissertação visa contribuir para o debate sobre o posicionamento empresarial, colmatando lacunas na literatura relacionadas com o efeito retaliativo da Rússia e explorando a influência dos tipos de economias de mercado. Através da metodologia de estudo de eventos, investigamos os retornos das ações das multinacionais do Top100 e Global500 com operações na Rússia, focando: (i) na comunicação da decisão de “Sair” ou “Permanecer” no mercado russo; (ii) no efeito retaliativo sobre as empresas que permaneceram; e (iii) a influência do tipo de economia de mercado (Anglo-Saxónica versus Corrente Continental). Os resultados indicam que os mercados penalizam as empresas, antecipando perdas económicas e evidenciando o efeito das pressões institucionais. No entanto, a comunicação das decisões empresariais revela-se essencial para interromper a tendência negativa dos retornos anormais que, dada a coexistência de sinais opostos (custos económicos versus ganhos reputacionais), resulta num efeito neutro após essa comunicação. As nossas descobertas mostram que: (i) a opção de “Sair” acarreta menores perdas, embora ambos os caminhos impliquem custos relevantes de curto prazo; (ii) as multinacionais da Corrente Continental são mais penalizadas do que as Anglo-Saxónicas; e (iii) o efeito retaliativo russo não teve o impacto esperado nas multinacionais que permaneceram na Rússia, mas revela nuances importantes ao considerar o tipo de economia de mercado. Estas evidências sugerem que os contextos institucionais e os sinais enviados pelas empresas moldam, de forma diferenciada, as respostas dos investidores. Contudo, dada a complexidade do tema, recomenda-se alguma cautela nesta análise, sendo esta investigação um ponto de partida para o futuro aprofundamento académico do tema.