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Authors
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Abstract(s)
This paper contends the public sphere is
a restrictive approach to public action.
Despite the dysphoric development of the
public sphere in post-modern societies,
public action and communicative activity
can easily be discerned if one recognizes
that rational-critical deliberation is not the
exclusive means to exercise it.
I propose to separate what is an historical
and idealized construct – the public sphere
– from the socio-anthropological principle
– publicness.
The former consubstantiates a specific
normative principle of legitimate political
decision-making, as well as a peculiar space
of communication and an ensemble of specific
publics. The latter cannot be reduced to
the strict formulation of the public sphere.
Publicness is, first of all, a matter of cohesion
and consensus on values in a society, reached
through a communicative process that occurs
in almost every social interaction. It does not
absolutely depend on a capital Public or on a
public sphere model to emerge and be felt by
all members of a society.
By tracing a brief panorama in the
three main models of the public sphere (Habermas, Arendt, Negt & Kluge’s models),
the paper suggests going beyond the public
sphere by envisioning publicness as a socio anthropological principle characterized as
being an empirical reality, as being pre political and pre-institutional, as well as a
process linked to social imaginaries.
Este artigo afirma que o conceito de “es fera pública” representa uma abordagem restritiva da ação pública. Apesar do desen volvimento disfórico da esfera pública nas sociedades pós-modernas, a ação pública e a atividade comunicativa podem ser fa cilmente discernidas se se reconhecer que a deliberação racional-crítica não é o meio exclusivo para a exercer. Proponho que se separe o que é uma cons trução histórica e idealizada – a esfera pública – do princípio sócio-antropológico – a publicidade. A primeira consubstancia um princípio normativo específico da legítima tomada de decisões políticas, bem como um espaço peculiar de comunicação e um conjunto de públicos específicos. O segundo não pode ser reduzido à formulação estrita da esfera pública. A publicidade é, antes de mais, uma questão de coesão e consenso de va lores numa sociedade, alcançada através de um processo comunicativo que ocorre em quase todas as interações sociais. Não depende absolutamente de um Público sujeito ou de um modelo de esfera pública para emergir e ser sentido por todos os membros de uma sociedade. Ao traçar um brevíssimo panorama dos três principais modelos da esfera pública (Habermas, Arendt, Negt e Kluge), o traba lho sugere que se vá além da esfera pública, perspetivando a publicidade como um princípio sócio-antropológico caracterizado como sendo uma realidade empírica, como sendo pré-política e pré-institucional, bem como um processo profundamente ligado aos imaginários sociais.
Este artigo afirma que o conceito de “es fera pública” representa uma abordagem restritiva da ação pública. Apesar do desen volvimento disfórico da esfera pública nas sociedades pós-modernas, a ação pública e a atividade comunicativa podem ser fa cilmente discernidas se se reconhecer que a deliberação racional-crítica não é o meio exclusivo para a exercer. Proponho que se separe o que é uma cons trução histórica e idealizada – a esfera pública – do princípio sócio-antropológico – a publicidade. A primeira consubstancia um princípio normativo específico da legítima tomada de decisões políticas, bem como um espaço peculiar de comunicação e um conjunto de públicos específicos. O segundo não pode ser reduzido à formulação estrita da esfera pública. A publicidade é, antes de mais, uma questão de coesão e consenso de va lores numa sociedade, alcançada através de um processo comunicativo que ocorre em quase todas as interações sociais. Não depende absolutamente de um Público sujeito ou de um modelo de esfera pública para emergir e ser sentido por todos os membros de uma sociedade. Ao traçar um brevíssimo panorama dos três principais modelos da esfera pública (Habermas, Arendt, Negt e Kluge), o traba lho sugere que se vá além da esfera pública, perspetivando a publicidade como um princípio sócio-antropológico caracterizado como sendo uma realidade empírica, como sendo pré-política e pré-institucional, bem como um processo profundamente ligado aos imaginários sociais.
Description
Keywords
Publicness Public sphere Social imaginaries Public Publicidade Esfera pública Imaginários sociais Público . Faculdade de Artes e Humanidades
Citation
Mateus, S. (2022). Publicness beyond the public sphere. Mediapolis–Revista de Comunicação, Jornalismo e Espaço Público, (14), 113-136.
Publisher
Universidade de Coimbra