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  • As máquinas do mal: ironia e ética em Jorge Luis Borges e Gonçalo M. Tavares
    Publication . Martins, Celina
    A análise em paralelo do conto “Deutsches Requiem”, de Borges e do romance Aprender a rezar na era da técnica, de Tavares incide nos matizes da ironia como discurso da distanciação crítica, que não só desmonta a idolatria do nazismo, como reflecte sobre a banalidade do mal após Auschwitz. Ao desmontarem as leituras de Nietzsche feitas sob a óptica ideológica, os dois textos sondam o estado de excepção, o campo de concentração, na linha de Agamben e apelam para o dever ético da memória no sentido de formar o olhar céptico face às diversas manobras ideológicas da actualidade.
  • Identidades fragmentadas na ficção de Milton Hatoum
    Publication . Martins, Celina
    O nosso artigo reflectirá sobre a busca de identidade assumida pelos narradores dos dois primeiros romances de Milton Hatoum: Relato de um certo oriente e Dois irmãos. Os narradores são identidades dilaceradas que buscam reconstruir as ruínas do seu mundo a partir do resgate de lembranças do passado. Ambos conseguem efectuar um trabalho de catarse que se inscreve na tradição de Xerazade: narrar é diferir a morte. Ao dedicarem-se à escrita, os dois narradores reconstroem a sua subjectividade criadora.
  • Figurações da ilha da Madeira na poesia de José Agostinho Baptista
    Publication . Martins, Celina
    A partir da elegia, José Agostinho Baptista recupera a memória da Madeira primordial, reescrevendo a tradição da canção. Num êxtase de sublimação, o poeta cria a utopia de uma terra harmoniosa em fusão com a mulher amada e revitaliza a lenda de Machim como mito da ilha inicial. Numa perspectiva desconstruidora, Baptista questiona os lugares da ilha, marcados pela efemeridade do tempo, a maldição, a desordem da Natureza, a decadência e o crescente progresso da urbanidade. É á através da metáfora do filho pródigo que as palavras da saudade recuperam o fulgor da ilha como lugar de pertença.
  • Utopia e viagem iniciática em Le Chercheur d’or de Jean-Marie Gustave Le Clézio
    Publication . Martins, Celina
    Considerando que a utopia muda a ordem vigente e é arma da crítica (Ricoeur, 1991), a nossa reflexão incidirá na leitura do romance Le Chercheur d’or de Le Clézio que explora a hipótese de um mundo alternativo. Na reescrita do Génesis, Le Clézio encena a infância como o Éden de um espaço de liberdade e de felicidade, inscrito na nostalgia das origens. O narrador constrói a relação de fraternidade com o Outro, rompendo com os preconceitos coloniais de uma sociedade distópica que sucumbe ao lucro, à guerra e ao esquecimento. Para resgatar o tempo da pureza, o narrador realiza uma viagem iniciática à ilha de Rodrigues, em busca do tesouro do corsário desconhecido, onde se despoja do materialismo e instaura um diálogo com a descendente dos escra vos rebeldes. O romance dá voz aos espoliados que desconstroem o valor do ouro e ensinam ao narrador os fundamentos do amor, da harmonia primordial e do autoco nhecimento, privilegiando a fusão de culturas, a comunhão com a natureza e a vida simples. O texto de Le Clézio renova o género utópico ao concretizar o sonho do mul ticulturalismo, dado que uma sociedade sem utopia estaria morta, porque não assenta num projecto prospectivo (Ricoeur, 1991).
  • Os olhos do homem que chorava no rio de Ana Paula Tavares, Manuel Jorge Marmelo e Paulinho Assunção. O pulsar da palavra
    Publication . Martins, Celina
    os olhos do homem que chorava no rio explora as potencialidades da metaficção, incentiva o leitor a ser um co-criador e instaura nexos intertextuais que criam a comunidade dos imaginários lusófonos em confluência. A análise comparatista incidirá na busca de significação por um tipógrafo. A demanda da palavra alegoriza a osmose entre o escritor e o leitor. A releitura do mito de babel celebra a babel-byblos e a metáfora do texto em aberto.
  • O apelo do diverso nos contos de Mia Couto e Milton Hatoum
    Publication . Martins, Celina
    A análise comparatista incide nos contos “O embondeiro que sonhava pássaros” de Mia Couto e “Um oriental na vastidão”, de Milton Hatoum, reflectindo sobre o modo como os protagonistas estabelecem ligações com o Diverso, construindo identidades rizomas (Glissant, 1990) na dinâmica da Poética da Relação. A narrativa de Couto explora um imaginário mítico que valoriza a metamorfose do sujeito em árvore como forma de transcendência, ao passo que, em Hatoum, o cientista japonês, inscrito na noção do exota de Segalen (1978), cria a conexão fusional com a natureza amazónica como novo lugar de pertença numa perspectiva de regeneração.
  • Tatiana Salem Levy e Gonçalo M. Tavares: os percursos da memória
    Publication . Martins, Celina
    A nossa reflexão sobre a memória na ficção de Tatiana Salem Levy e Gonçalo M. Tavares incide sobre o processo de anamnese que é a busca activa de significação. Trazer de novo à memória é um acto de construção identitária e uma afirmação da resistência face ao peso do esquecimento. Ambos os escritores realizam um trabalho de busca da memória, um exercício de releitura do presente em direcção ao passado para o redimensionar numa perspectiva de reapropriação.